29 de maio de 2011

O computador morreu. Chegou a era dos tablets

O reinado do PC está chegando ao fim. Grandes marcas, como
Apple, Samsung, Dell e HP, 
estão prestes a trazer para o Brasil seus tablets.
E eles vão mudar a forma de vender, de trabalhar e de se divertir


Matéria publicada na revista "ISTO É Dinheiro"
Com mais de 30 anos de vida (e de bons serviços prestados), o computador pessoal está com os dias contados para os tablets. E essa febre, que tomou o mercado mundial, chega oficialmente ao Brasil a partir de novembro, com o lançamento do Galaxy Tab, da Samsung. Apple, Dell, ZTE, Huawei, Cisco, Awaya e HP prometem seus produtos para os próximos meses. 

Apesar disso, os PCs não vão deixar de existir. Suas vendas globais, inclusive, crescerão vagarosamente nos próximos anos, chegando a mais de 500 milhões de unidades em 2014. Mas eles perderão o status de ser os protagonistas da computação. A maioria das pessoas vai usar computadores portáteis e com telas sensíveis ao toque, como smartphones e iPads. 

Mas os PCs, tanto os laptops como os desktops, continuarão a ser úteis para certas tarefas que exigem grandes telas e teclados tradicionais. Esse é o ponto crucial. O CD não desapareceu, mas passou a ser um produto de nicho com o surgimento da música digital. O mesmo vai acontecer com o computador pessoal. 

Grande parte das pessoas quer surfar na internet, checar e-mails ou interagir nas redes sociais. Para isso, elas não precisam de um PC. Esta nova era é caracterizada pela mobilidade e a conexão total com a internet de qualquer lugar a qualquer hora.

Os tablets levam este conceito às últimas consequências, com a vantagem de ter uma tela bem maior do que um smartphone e uma interface revolucionária que permite fazer tudo com o toque dos dedos, sem a necessidade de um mouse e um teclado – itens que vão estar ao lado do PC em seu obituário. 
O impacto desses equipamentos, no entanto, irá além. Os tablets têm recursos para acessar a internet, ver vídeos, ouvir música, receber e enviar e-mails, organizar fotos, jogar games, ler livros eletrônicos e revistas. Aliás, o prazer da leitura é muito superior ao de um PC. Versátil, eles influenciarão vários setores econômicos, que vão do editorial até o educacional. 

No Brasil, Chaim Zaher, que é dono da rede de ensino COC, está comprando até 30 mil tablets para dar aos seus alunos a partir de 2011. É a maior aquisição de tablets no País, um investimento que pode chegar até a R$ 20 milhões. “Queria comprar 60 mil, mas o problema é que eles não têm para entregar”, afirma o empresário.  

As máquinas, produzidas na China, serão usadas para substituir o material didático no formato em papel.“Em dois anos, todo o material vai ser digital”, diz Zaher. “Essa é uma revolução que vai atingir as escolas privadas e públicas.” A rápida ascensão dos tablets, de fato, impressiona. Relatório da Bernstein Research informou que o iPad se tornou o aparelho eletrônico com a mais rápida adoção entre os consumidores, com 3 milhões de unidades vendidas nos três primeiros meses de comercialização.

O ritmo de vendas do tablet é três vezes maior do que o iPhone e supera em dez vezes o eletrônico fora da categoria de telefones que liderava o ranking até então: os tocadores de DVD, que venderam 350 mil unidades no primeiro ano. Nessa velocidade, prevê a Bernstein Research, o iPad levará os tablets a ultrapassarem, no ano que vem, celulares e consoles de videogame e se tornarem a quarta maior categoria de letrônicos nos EUA, atrás de televisores, smartphones e notebooks.

Dois importantes institutos de pesquisa publicaram também dados que mostram que as vendas de computadores pessoais cresceram menos do que o esperado no terceiro trimestre de 2010. O Gartner divulgou que as aquisições de PCs aumentaram em 7,6%. A previsão era de expansão de 12,7%. O IDC, que tem uma metodologia diferente, mostrou um crescimento de 11%, 3% a menos do que previra. 

O culpado? Os consumidores estão considerando comprar tablets, disseram ambas as empresas. Nesse período, a Apple vendeu 4,1 milhões de iPads. Se eles tivessem sido incluídos nesses dados, as duas companhias teriam acertado suas projeções. Em outro relatório, o Gartner estima que serão comercializados 19,4 milhões de tablets em 2010.

Em 2014, o número chegará a 208 milhões de unidades, de empresas como Apple, Samsung, Dell, HP, Cisco, Avaya, Researh in Motion, ZTE, Huawei, Toshiba, entre tantas companhias que semanalmente anunciam que vão ter um produto para competir nesse  segmento. É inegável que os tablets apresentam um novo cenário mundial.


Vídeo: o editor Ralphe Manzoni Jr. fala sobre a morte do PC

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